Fotografia de Nataniel Kaoru, acadêmico da UFSJ. Mais fotografias podem ser encontradas em seu instagram @natakaoru.jpeg.
É uma segunda-feira convencional. Despertador às seis da matina. Toma um banho, engole um café, pega o carro e enfrenta quilômetros de engarrafamento. Chega no trabalho, se isola na sala, fica em frente ao computador. Sai, pega o filho na escola, leva pra lanchar e vai pra casa. Põe o filho pra fazer o dever enquanto dá um jeito na casa.
Reclamamos tanto dessa correria que a vida ensinou a reclamar de ficar sem nada pra fazer. Ou a vida só quis mostrar que nada é bom o suficiente pro ser humano? Reclama da convivência com os familiares “folgados”, mas reclama também de ficar sem vê-los. Da mesma forma no trabalho e em todos os outros âmbitos. Sempre queixou da ansiedade e do estresse, mas eram melhores quando tinha meios de acabar com eles, não é?!
Hoje a vida está assim. Em meio a milhões de confusões na saúde, na política, na economia e principalmente, na sociedade. Sim. A sociedade que não segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde, que acredita na “gripezinha” dita pelo presidente do Brasil. A mesma sociedade, cujos indivíduos têm certeza que nada vai lhes acontecer, que o pai ou o irmão estão livres e que tudo está muito longe.
Mas a fé que tudo vai passar, não passa. O brasileiro tem essa mania de ter esperança e fé na vida. Outra segunda-feira, e sim, tudo está normal. A correria, o capitalismo, o nem aí para as coisas do mundo. Todos acordaram daquele pesadelo. Ele passou. O canto dos pássaros está mais forte, os carros encheram as ruas, as reuniões de amigos voltaram. Baladas reabriram e os almoços de domingo não são mais preocupantes. O brasileiro continua o mesmo. Continua sendo O brasileiro.
Só que, de repente, uns dias depois… anoitece. E ao amanhecer, a manchete do jornal é: “Covid 19: outra vez”. Mas por que? Começam as indagações. O que fizemos de errado? Vamos viver tudo de novo?
E a resposta é única. Nada na vida vem por acaso, tudo se torna aprendizado. A doença veio, matou milhares, mudou a rotina de milhões. Mas não mudou. Os políticos continuam visando à economia acima da sociedade. As pessoas, o capitalismo ao convívio social. O trabalho vai à frente da família. A necessidade de acumular bens materiais ultrapassa a vontade de uma vida bem vivida. E é por isso que tudo voltou.
Uma segunda chance pra ver se o mundo melhora. Se ele volta a ser bom pra se viver. Não teremos um novo normal. Não tão cedo. Não enquanto a sociedade não aprender com os desafios. E vai ser sempre assim.
Idas e vindas. Uma hora some. E do nada, de vez… outra vez. Volta! Até quando?
Autora: Luisa Arvelos Resende - Estudante de Jornalismo da UFSJ e produziu este texto sob a orientação do professor Paulo Henrique Caetano.
Atividade extra-curricular promovida pelo Curso de Comunicação Social - Jornalismo, pelo Observatório da Saúde Coletiva e pelo Site Notícias Gerais.
Originalmente publicado no Notícias Gerais, em 19/06/2020. Disponível em:
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