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Nesc

Ex(tensão)

Atualizado: 20 de ago. de 2021



A prática extensionista pressupõe o encontro com a diferença. Seja dentro do próprio grupo de trabalho, que normalmente engloba docentes e/ou discentes de distintos cursos, ou no contato diário com a população e com outros saberes. Nesse sentido, penso o quão importante é sabermos aprender ou lidar com a tensão de opiniões e posicionamentos também diferentes, que ora podem convergir, mas também divergirem. Não é um privilégio da extensão essa realidade, mas como se trata de uma ação universitária que tem como função o atravessamento para além dos muros da academia, é algo que, de certa forma, ocorrerá. Por esse motivo, acredito que, para sabermos lidar com a diferença, isto é, com o que pode surgir para o qual não estávamos preparados ou para o que nos estranha (que não virou costume aos nossos olhos) talvez seja essencial não termos tantas certezas e conhecimentos pré-concebidos. O que pretendo aqui trazer trata-se da possibilidade de suspendermos o que já sabemos a priori, para nos transformarmos durante esse processo de encontro com os desacostumados em nós. Nos deixarmos ser tocados pelo encontro do que nunca poderemos prever, mesmo com todas as teorias de suporte que possamos ter ao longo da trajetória acadêmica. Se não nos permitirmos a abertura, à chegada do novo, ao infamiliar, nos tornamos sujeitos enrijecidos e tecnicistas e, com isso, perdemos a dimensão da vida vivida, do conteúdo humano vibrante e mutável.


sempre em construção



[Daniela Marras Dias de Souza, Estudante de Psicologia da UFSJ, 08 e 22 de julho de 2021. Estágio Extensionista no OBESC] Diários da Educação: Série Extensão Universitária.


Fotografia de Richard Neves. Belo Horizonte.


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