Fotografia de Nataniel Kaoru, acadêmico da UFSJ. Mais fotografias podem ser encontradas em seu instagram @natakaoru.jpeg.
Hoje acordei nostálgica e com um aperto no peito. Com saudade da rotina que tinha antes da pandemia. Saudade de passar rapidamente pela Leite de Castro, observar um pouco a paisagem, conversar com as pessoas que conheci acompanhando o Consultório na Rua. Como será que elas estão? Será se ainda ficando no mesmo lugarzinho na Leite? Ahh, se eu soubesse o quanto sentiria saudade de subir o morro para ir para o Dom Bosco eu não reclamaria tanto quanto eu reclamava. Até da fila do R.U estou sentindo falta, era ali naquele espaço da parede que dava para ver as festas que iriam ter no fim de semana e se programar para poder ir, cumprimentar conhecidos de outros cursos, conversar com quem fosse a companhia do dia no almoço ou só observar a movimentação das pessoas. A correria, que falta faz. Ter supervisão de estágio, grupo de estudos, aulas, tudo em um mesmo dia. Corria de um lado para outro. No meio do caminho encontrava pessoas, abraçava, ria, conversava nem que fosse brevemente. A arte do encontro como é bonita e faz a vida valer a pena. Saudade dos trajetos, da paisagem, dos cheiros. Do pão de queijo do Esquinão que é o melhor de São João, sem dúvidas. De encontrar uma amiga muito querida para tomar café e falar de tudo enquanto era assunto. Do forró no Barteliê. De sentar em frente à Igreja do Carmo, pensar no quanto de história tem em cada pedacinho dessa cidade. De pensar nas histórias que construí em mim durante esses cinco anos, quantas pessoas fazem parte delas. Essa rotina foi interrompida de um dia para o outro, por um ser menor que minúsculo, que tem causado muito medo e incertezas. E hoje eu acordei com muuuita saudade.
[Lorena Mendes. Estudante de psicologia. UFSJ/PET Saúde. 14 de maio, 2020].
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