Vamos lá. Um parágrafo, você consegue! É como se cada dia fosse exatamente o mesmo, igual àqueles filmes em que a pessoa morre, mas continua vivendo o mesmo dia um monte de vezes. Minha frágil esperança reside no sono, especificamente, no inconsciente, nos sonhos. Mas até neles eu não tenho folga. Este dia já está durando 449 dias. Almejo o fim, mas não sei como de fato alcançá-lo. Na verdade, faz um tempo que estou na dúvida se realmente existe término. Estado de alerta. Prendendo a respiração, porque sei que alguma coisa terrível vai acontecer. Bem, já aconteceu e eu ainda não soltei o ar. Tem como se afogar na superfície? Acho que sim.
[Luana Kaori Saito, estudante de Psicologia da UFSJ. Extensionista no Programa OBESC-NESC. Mariana, 02 de agosto de 2021.]
Fotografia: Arquivo pessoal da autora (Tudo em branco)
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