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Nesc

6. Escrita sobre a luz


Arte de Laura Domingues.


Uma luz que entra pela janela traz o sol pra quem não pode sair. Quem diria, né? Há 6 meses atrás eu ainda morava em Mossoró – do outro lado do país. Lá era a terra do sol, não houve um único dia nos meus dois anos de residencia lá em que o sol não desse as caras pelo menos por algumas horas. Agora estou em São Paulo, a terra da garoa. A vida e suas ironias. Agora em quarentena mal vejo a luz do sol. O apartamento onde moro não tem janelas viradas pra rua, a gente vê da janela, a parede da casa do vizinho. E assim são os dias de quarentena, vendo os raios de luz que ainda conseguem atravessar as barreiras e chegar até a janela do meu quarto. Essa luz ainda é boa, o sol ainda raia. Bom, eu sou a menina que enxergava uma cobra engolindo um elefante e não um simples chapéu e também me preocupava se o carneiro comeu ou não a rosa, acho que é por isso que um raio de luz na janela é assim tão importante pra mim. A vida ainda vale a pena.


[Beatriz Gomes. Estudante de medicina. UFSJ/PET Saúde - 26 de maio de 2020].

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