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Pediatria em tempos de covid-19


Menina com máscara de proteção infantil. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-premium/menina-com-mascara-de-protecao-infantil_10666015.htm [escolha da autora]




Clara é médica pediatra plantonista da emergência de um hospital particular em uma cidade de grande porte no estado do Rio de Janeiro. A chegada da pandemia trouxe experiências intensas e angustiantes em relação a uma doença ainda pouco conhecida e que afeta cada paciente de uma forma, mesmo nos pacientes sem comorbidades . Na pediatria a chegada do covid-19 e o contágio intensificam a preocupação com família toda. Muitas vezes todos os membros da casa estavam infectados, alguns pais e avós internados e outros já haviam falecido.


As angústias também estão ligadas ao isolamento. No caminho percorrido ao hospital que atua e dentro do local de trabalho, o medo do contágio é constante, somado ainda com o medo de transmitir o vírus a outras pessoas. Todos esses fatores deixam o trabalho na área de saúde ainda mais cansativo. Com o aumento de pacientes e todas as precauções de contato, os plantões no hospital tem sido mais exaustivos. O uso das máscaras, aventais, gorros e outros materiais para evitar o contágio tornaram-se rotina, tornando os plantões mais pesados.


Não ter um tratamento específico para a Covid-19 traz incertezas e angústias em relação aos tratamentos indicados as consequências da doença. Os tratamentos são geralmente mais focados no sintomas e paliativos. Algumas crianças na ala da pediatria tiveram seus casos evoluindo para síndromes inflamatórias associadas ao covid-19, simulando a doença de Kawasaki. O Kawasaki é uma vasculite que causa a inflamação de vários órgãos, principalmente no coração. Outras crianças ainda evoluíram para coagulopatias e necroses nas extremidades dos membros, acarretando na necessidade de amputação de dedos das mãos e dos pés.

Narrativa construída em colaboração. O diálogo entre Clara (nome fictício) e Hilda (nome fictício) é a base do texto. Clara é médica pediatra e Hilda é estudante de Psicologia da UFSJ. A narrativa foi construída durante o primeiro período emergencial (ERE) da UFSJ na disciplina Grupos e Instituições [novembro, 2020].


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