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Nesc

48. Pesadelo e/é a realidade

Atualizado: 15 de set. de 2021



De novo acordei gritando

Coração acelerado e corpo suado

Sendo perseguida, palavras de ódio

A morte vestida no seu pior traje,

segurando um ramalhete de rosas brancas murchas e secas

Odeio rosas brancas, mesmo quando vivas

O grito foi mudo, na verdade

Faz um bom tempo que não sei mais como usar minha voz

Como se o fio que conecta pensamento e ação tivesse sido cortado com cerol

Acabei me machucando

Nunca vi cicatriz mais aberta e demorada para se curar

A areia da ampulheta não escorre mais

Não se pode confiar que com o tempo vai melhorar


[Luana Kaori Saito, estudante de Psicologia da UFSJ. Extensionista no Programa OBESC-NESC. 14 de agosto de 2021].


Fotografia: Venyamin Koretskiy (Banco de imagens Unsplash)


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