De novo acordei gritando
Coração acelerado e corpo suado
Sendo perseguida, palavras de ódio
A morte vestida no seu pior traje,
segurando um ramalhete de rosas brancas murchas e secas
Odeio rosas brancas, mesmo quando vivas
O grito foi mudo, na verdade
Faz um bom tempo que não sei mais como usar minha voz
Como se o fio que conecta pensamento e ação tivesse sido cortado com cerol
Acabei me machucando
Nunca vi cicatriz mais aberta e demorada para se curar
A areia da ampulheta não escorre mais
Não se pode confiar que com o tempo vai melhorar
[Luana Kaori Saito, estudante de Psicologia da UFSJ. Extensionista no Programa OBESC-NESC. 14 de agosto de 2021].
Fotografia: Venyamin Koretskiy (Banco de imagens Unsplash)
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